Criança também tem diabetes?
Sim, mas geralmente Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1).
Crianças e adolescentes são a faixa etária mais afetada pela DM1, sendo esta uma das doenças crônicas mais comuns da infância. Aproximadamente 20 de cada 100.000 crianças e adolescentes podem desenvolver DM1 a cada ano.
Sintomas de Diabetes
A criança com DM1:
tem muita fome, come muito e, apesar disso, emagrece ou não ganha peso.
tem muita sede.
urina com frequência e em grande quantidade (inclusive durante a noite).
queixa-se de visão embaçada.
sente-se fraca ou sem disposição para realizar as atividades diárias.
O que acontece no organismo de uma criança com DM1
Em pessoas sem diabetes, o açúcar de uma refeição rica em carboidratos (arroz, massas, doces, leite, frutas) é convertido em glicose no intestino. A glicose é então absorvida para o sangue.
A partir do sangue, a glicose deve ser transportada para dentro das células para fornecer-lhes energia. A insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas, é o transportador da glicose do sangue para dentro das células.
Em crianças com DM-1, o pâncreas não consegue produzir insulina, portanto, a glicose não pode entrar nas células para fornecer-lhes energia e a taxa de glicose torna-se muito elevada no sangue (hiperglicemia).
Não se sabe exatamente o motivo que leva algumas crianças a pararem de produzir insulina, mas sabe-se que há uma tendência hereditária associada a algum agravo ambiental como, por exemplo, uma infecção viral. Neste caso, é possível que o corpo, na tentativa de eliminar o vírus, cometa um erro e comece a destruir suas próprias células que no caso são as células do pâncreas produtoras de insulina. Isto caracteriza uma doença auto imune (o corpo destruindo suas próprias células). Diabetes tipo 1 é uma doença auto imune.
Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) em adolescentes
DM2 acomete geralmente adultos, mas pode ocorrer em adolescentes obesos. Neste caso, o adolescente é capaz de produzir insulina, mas a obesidade provoca uma resistência das células à ação da insulina, isto é, a insulina é ineficiente em transportar a glicose para dentro das células e esta se acumula no sangue causando hiperglicemia.
Os sintomas do DM2 podem ser menos perceptíveis mas também incluem sede, urina freqüente em grande quantidade, falta de energia.
Como avaliar se uma criança tem diabetes
Quando os sintomas sugerem diabetes, deve-se procurar o médico ou serviço de saúde para realizar testes apropriados para o diagnóstico. A dosagem da taxa de açúcar no sangue (glicemia) e a detecção de açúcar e/ou cetonas na urina são exames fundamentais para o diagnóstico.
Tratamento do Diabetes
Diabetes tipo 1 pode ser adequadamente controlado com injeções de insulina, dieta com quantidade equilibrada de carboidratos, proteínas e gorduras, e exercício físico regular. A taxa de açúcar deve ser monitorada várias vezes ao dia através da glicemia de ponta de dedo.
Ocasionalmente, nos eventos em que o cardápio for desfavorável à criança diabética (como festas de aniversário), a família e a criança devem aprender a chegar à melhor escolha, contando com a ajuda de doses extras de insulina.
A equipe de nutrição e de enfermagem da escola que a criança frequenta deverá compreender a importância de atender adequadamente um aluno portador de diabetes.
Antes ou após o exercício físico, é aconselhável que a criança que toma insulina tenha a glicemia monitorada, para se evitar quadros de baixa taxa de açúcar no sangue (hipoglicemia) após o exercício.
Diabetes tipo 2 pode ser tratada com dieta equilibrada, emagrecimento, exercício físico regular e, às vezes, comprimidos que ajudam o pâncreas a produzir mais insulina ou facilitam a ação da insulina.
A dieta equilibrada da criança com DM1 ou DM2 deve ser para toda a família.
A criança diabética precisa de cuidados, mas não é diferente das outras crianças
A criança diabética pode levar uma vida semelhante à das crianças sem diabetes. Quando adultos, serão perfeitamente capazes de ter uma vida normal e produtiva, como é evidenciado por atletas, artistas e músicos famosos que têm diabetes.
Entretanto, se o açúcar do sangue não for mantido em níveis próximos aos normais ao longo dos anos, a criança diabética terá maior risco de ter complicações de longo prazo que acabam por afetar os olhos, rins, coração e sistema nervoso. Seu crescimento na puberdade também poderá ser prejudicado. Portanto, diabetes requer uma vida de disciplina, monitoramento e tratamento constantes, mas não impede que a criança seja feliz!
FONTE: https://www.einstein.br/especialidades/pediatria/estrutura/clinica-especialidades/servicos/diabetes-infantil