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terça-feira, 18 de junho de 2013

Sibutramina: Retrospectiva

Dr. Ricardo Meirelles, que vem acompanhando o processo relativo às discussões em torno da Sibutramina desde à epoca que era presidente da SBEM Nacional, faz um retrospecto da questão. O artigo foi, originalmente, publicado no Jornal da SBEM Rio de Janeiro. A Sibutramina e seu Desarrazoado Termo de Consentimento Dr. Ricardo M. R. Meirelles* Em outubro de 2011 a Anvisa suspendeu o registro dos anorexígenos anfepramona, femproporex e mazindol. Dos medicamentos de ação central para controle do apetite e/ou saciedade, restou apenas a sibutramina, mesmo assim submetida a condições de prescrição inusitadas, que exigem a assinatura de um termo de consentimento em três vias, assinado pelo médico e pelo paciente, do qual uma cópia fica retida na farmácia. Baldados foram os esforços da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO) para demonstrar, com base em artigos científicos e opiniões de especialistas experientes, que as razões para suspensão do registro de uns e a obrigatoriedade de um termo de consentimento para a outra não tinham justificativa. Um ano depois da adoção destas medidas, a Anvisa chegou à conclusão de que deveria manter no mercado a sibutramina, tendo em vista que, neste período de maior controle, não houve notificações que justificassem sua retirada. Foi uma atitude mais inteligente e sensata do que a da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), que proibiu sumariamente a comercialização da droga, logo após a publicação do estudo SCOUT, realizado com pacientes que, pela própria bula do produto, não deveriam receber prescrição de sibutramina. Seria como realizar uma pesquisa, usando aspirina em pacientes com dengue, sabida contraindicação para esta medicação, e depois de verificar aumento dos quadros hemorrágicos, proibir sua comercialização. O próximo passo que elevaria o conceito da Anvisa perante os endocrinologistas, seria a revogação da exigência de assinatura do termo de consentimento. Apenas as prescrições de isotretinoína e tretinoína exigem a assinatura de um termo assemelhado. Nesse caso, entretanto, o paciente assina um documento em que declara “ter sido informado(a) claramente sobre todas as indicações, contraindicações, principais efeitos colaterais e riscos relacionados ao uso do medicamento”. Em seguida são descritos os benefícios e os riscos do produto. No caso da sibutramina, ocorre o inverso: é o médico que declara ser responsável pelo tratamento do paciente (absolutamente desnecessário, pois se está assinando uma receita, está assumindo que é o responsável por ela). A partir daí, não é citado qualquer benefício do medicamento e apenas acentuados seus riscos em pacientes com doença cardiovascular (que já é uma contraindicação e, portanto, se o médico prescrever, estará incorrendo em erro por imperícia e/ou imprudência). Informa-se que o sucesso no tratamento deve ser avaliado por uma perda de peso de 5% a 10% do peso corporal inicial, quando e consenso que uma intervenção terapêutica para perda de peso é eficaz quando há redução maior ou igual a 1% do peso corporal por mês, atingindo pelo menos 5% em 3 a 6 meses. Mais adiante, o termo estabelece como exigência uma perda de, pelo menos, 2 kg nas primeiras 4 semanas, sem levar em consideração o peso inicial do paciente. Cita-se que a sibutramina só deve ser prescrita a pacientes com índice de massa corpórea (IMC) maior ou igual a 30 kg/m², quando a diretriz aprovada pela Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina para o tratamento farmacológico da obesidade e sobrepeso estabelecia que os medicamentos podem ser utilizados, quando houver falha do tratamento não farmacológico, também em pacientes com IMC > 25 kg/m², associado a outros fatores de risco. Além disso, estabelece um prazo máximo de 2 anos, quando se sabe que obesidade é uma doença crônica e pode exigir tratamento por períodos mais longos. Entre as contraindicações, cita-se o diabetes mellitus, quando, nem no estudo SCOUT, houve aumento do risco cardiovascular nesses pacientes, quando comparados ao grupo placebo. Estes são apenas alguns dos pontos, no mínimo controversos, do Termo de Consentimento exigido para a prescrição de sibutramina que deveria ser revogado, a bem da verdade científica e da isonomia com outros medicamentos, cujos efeitos adversos são até mais importantes do que os da sibutramina. • Dr. Ricardo Meirelles é ex-presidente da SBEM Nacional, presidente da Comissão de Comunicação Social da SBEM e diretor do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia do Estado do Rio de Janeiro.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

ATUALIDADES EM DIABETES

Há notícias constantes sobre o crescente número de novos casos de diabetes no mundo. No livro Diabetes Rising, o autor e jornalista Dan Hurley examinou cinco possíveis motivos por trás da pandemia, fazendo uma reflexão mais ampla de suass cinco hipóteses, que giram em torno ganho de peso, leite de vaca, poluentes orgânicos persistentes (POP), vitamina D e de higiene. Peso corporal Dos dois tipos de diabetes têm sido aceleradas pelo ganho de peso (fator ambiental), mas são modulados por fatores genéticos, incluindo a tendência a ter um sistema imunológico altamente reativas e tendência a desenvolver resistência à insulina em resposta ao aumento de peso. Há inconclusões se o ganho de peso é um fator causal direto, mas o risco do diabetes tipo 2 pode ser reduzido consideravelmente até mesmo uma diminuição (5-7%), pequena do peso corporal. Leite de vaca Está relaciona mais diretamente para o desenvolvimento da diabetes tipo 1, a hipótese baseia-se que a exposição precoce na infância para qualquer outra proteína do que os encontrados no leite materno humano, neste caso o leite de vaca, produz uma reação autoimune ao qual afetaria as células beta do pâncreas. pancreáticas. Contaminantes POP's Originários de pesticidas, químicos e poluição, estes compostos se acumulam na gordura do corpo, sugerindo que a obesidade leva ao diabetes somente quando uma pessoa tem POP acima de certo nível.Nesta caso, reduzir a gordura corporal seria eficaz na redução do risco de diabetes. Vitamina D Novos estudos vêm mostrando a correlação entre baixos níveis séricos de vitamina D e aumento do diabetes, recentemente as recomendações de vitamina foram aumentadas. Higiene A hipótese sugere que manter o ambiente mais "limpo" pode ser uma das causas ao diabetes. A exposição a certas bactérias e germes parece fortalecer o sistema imunológico. Embora as hipóteses mantenham seu fundamento, o ponto principal ao diabetes baseia-se na PREVENÇÃO. Ao PREVENIR você garante sua saúde, e reduz gastos com o tratamento. Dieta, exercícios, controle do estresse estão entre os PILARES para isso. Diabetes, exercícios e envelhecimento. Texto de Dr. Luíz Romariz As pessoas com diabetes são as que mais rapidamente envelhecem. Estas, deveriam efetuar cerca de 150 minutos semanais de exercício aeróbico, de acordo com as recomendações dos investigadores da Universidade Old Dominion. Provavelmente não haverá melhor remédio do que o exercício, exceto a dieta adequada, segundo o Prof. Sheri Colberg-Ochs. As recomendações internacionais apontam para 150 minutos semanais de exercício moderado ou 75 minutos de exercício vigoroso. Isto tem como efeito “limpar” o excesso de nutrientes – ácidos gordos livres – dentro da célula, abrindo caminho para uma menor resistência à insulina com a consequente melhoria na glicemia, e portanto na diabetes. Cerca de 58% da população está em risco de desenvolver diabetes tipo II, razão pela qual estas recomendações são tão importantes. O difícil é convencer os pacientes para a necessidade de dieta e exercício, sendo este o mais difícil de alcançar. Mas há que lembrar diariamente que a medicação para a diabetes, só por si, tem tido um rotundo fracasso. Mesmo que pouca, toda a atividade física conta na melhoria do perfil desta patologia, e como tal passear com o cão, lavar o carro, etc, são atividades a não menosprezar. Quando não fazemos exercício os hidratos de carbono transformam-se em gordura perpetuando o ciclo de resistência à insulina.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Mulher pode ter mais dificuldades de controlar a diabetes do que o homem

As flutuações hormonais das mulheres durante o ciclo menstrual podem dificultar o controle da diabetes e, por isso, elas podem estar mais expostas aos riscos da doença e podem ter até 50% mais lesões nos rins e olhos, além de problemas nos nervos e risco de infarto. No entanto, segundo o endocrinologista Alfredo Halpern no Bem Estar desta quarta-feira (5), hoje em dia há tratamentos que podem diminuir as chances da diabetes evoluir para essas complicações. A doença atinge milhões de brasileiros em todo o mundo e tem grande relação com o ganho de peso e a obesidade, por isso, ter uma dieta equilibrada e sem exageros pode ser uma medida extremamente importante de prevenção, como alertou o endocrinologista Walter Minicucci. Se bem tratada, a diabetes geralmente não dá sintomas. O consumo de alimentos integrais, por exemplo, é uma das medidas importantes para prevenir e diminuir a incidência da doença porque torna a alimentação saudável e diminui o risco da pessoa engordar, como explicou o endocrinologista Alfredo Halpern. Além disso, os integrais, como pães, cereais e arroz, têm antioxidantes e fibras. O mesmo vale para o trigo freekeh, uma fonte saudável e saborosa de fibra, proteína e carboidrato, que vem se popularizando na cozinha em cidades como Londres e Nova Iorque, como mostrou a reportagem da Elaine Bast . Além de gostoso, o trigo freekeh tem muitas vantagens nutricionais: o grão tem mais fibras do que qualquer outro cereal, inclusive mais do que o arroz integral, e também é rico em vitaminas e sais minerais. Por isso, ele é recomendado para diabéticos por causa do baixo valor glicêmico. Todas essas medidas saudáveis na alimentação são importantes na prevenção da diabetes já que ela pode ser desencadeada pelo excesso de peso. Por isso, evitar grandes porções, comer de 3 em 3 horas e manter uma alimentação saudável e uma rotina de atividade física são hábitos que reduzem muito o risco da pessoa desenvolver a doença. Em alguns casos, ela pode ter um quadro de pré-diabetes, mas nesse momento, ainda é possível reverter com mudanças no estilo de vida. No caso de quem já tem a doença, a dica do endocrinologista Alfredo Halpern é evitar exageros na alimentação e também de bebida alcoólica, que pode piorar a glicemia e tem grande quantidade de carboidrato. Além disso, é importante controlar a doença, como fazem o Rodrigo e a Paula, um casal que descobriu a diabetes quando pequenos e aprenderam a conviver com o problema. Logo pela manhã, eles costumam verificar a taxa de açúcar no sangue vária vezes ao dia – o ideal é manter o valor abaixo de 100, como acontece com quem não é diabético. Porém, dependendo do valor, eles sabem o quanto têm que tomar de insulina a cada refeição. Se não houver esse controle, o excesso de açúcar no sangue pode danificar vários órgãos, como foi o caso da Paula, que teve problema de visão. O Rodrigo, no entanto, ainda não teve nenhum reflexo da doença. Além de a mulher ter maior dificuldade para controlar a diabetes, há ainda a possibilidade de ela desenvolver o que os médicos chamam de diabetes gestacional, durante o período de gravidez, como mostra o infográfico ao lado. De acordo com o endocrinologista Walter Minicucci, esse problema geralmente ocorre até o terceiro mês e desaparece depois do nascimento – no entanto, caso não desapareça, a mulher pode ter pré-diabetes ou diabetes. No caso da pré-diabetes, os sintomas são maior vontade de ir ao banheiro urinar, muita sede, coceira no pênis ou prurido na vagina, excesso de peso e bastante estresse nas atividades do dia a dia. Ao identificar um desses sinais, portanto, o paciente deve procurar um médico para medir a taxa de açúcar no sangue e verificar o diagnóstico para, se for o caso, mudar os hábitos de vida com dieta saudável e exercícios físicos para reverter o quadro prévio da doença. Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2013/06/mulher-pode-ter-mais-dificuldades-de-controlar-diabetes-do-que-o-homem.html