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segunda-feira, 5 de maio de 2014

VIGITEL/MS RELATA NOVOS DADOS EPIDEMIOLÓGICOS SOBRE DIABETES E MONTA SÉRIE HISTÓRICA.

O Censo Nacional de Diabetes realizado no final da década de 1980 foi o primeiro estudo multicêntrico brasileiro sobre a epidemiologia do diabetes realizado com metodologia adotada internacionalmente, permitindo comparações com outros países. As prevalências encontradas na época para DM e pré-DM na população adulta foram de 7,6% e 7,8% respectivamente, com predominância nas regiões sul e sudeste do país e forte influência da idade, hereditariedade e obesidade. Quase metade dos casos identificados de DM (46% da prevalência total, ou seja, 3,5% da população adulta) eram não-conhecidos pelo paciente, tendo sido detectados pela busca ativa realizada na metodologia do Censo. À época, o DM - assim como as demais doenças crônicas não transmissíveis - foi já reconhecido como importante problema de saúde pública. O VIGITEL é um programa de busca telefônica por amostragem populacional mantido pelo Ministério da Saúde que visa detectar doenças conhecidas nos indivíduos entrevistados. Como já ocorreram várias edições do programa, tem sido possível criar séries históricas da prevalência dessas doenças. A diferença em relação ao Censo da década de 1980 é que o VIGITEL detecta somente doenças já conhecidas, o que, no caso do DM, está sempre aquém da prevalência total, visto que há muitos casos assintomáticos e que, portanto, são desconhecidos pelo indivíduo entrevistado. Essa porcentagem de não-conhecidos é hoje estimada em cerca de 30%, menor que à epoca do Censo, pois melhorou o acesso ao diagnóstico nesse período. Considerando então a porcentagem histórica de casos conhecidos de DM, observamos um aumento contínuo das taxas populacionais desde a época do Censo: 4,1% em 1987, 5,5% em 2006 e 6,9% agora em 2013, último levantamento do VIGITEL. Conclui-se que, a exemplo do que ocorre nos demais países onde há esses registros históricos, o diabetes está crescendo no Brasil, apesar dos esforços para melhorar o acesso aos serviços de saúde e o tratamento das doenças crônicas - conforme o próprio Ministério coloca em seu "release". Provavelmente não teremos resultados positivos nessa empreitada sem um maior investimento em prevenção primária: medidas de combate à obesidade, ao sedentarismo e ao estresse. E isto não é fácil, pois depende de mudanças mais amplas na atuação do governo e na organização da sociedade. Por Dr. Domingos Malerbi

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